Venezuela, Brumadinho e conteúdos para a mesa de bar

Trago aqui para o site o conteúdo da Contexto, uma newsletter semanal editada por mim, enviada aos domingos, com conteúdos escolhidos para que você entenda um pouco mais sobre alguma questão que está na pauta do dia.

Para isso, há um mix entre matérias/textos/análises/pesquisas recentes e outros links nem tão recentes. Tudo o que puder contribuir para o entendimento tem espaço aqui: vídeos, podcasts, textos, charges. 

Adelante.

A semana não foi fácil para quem acompanhou os noticiários. Tivemos a prisão de líderes de uma das principais milícias do Rio de Janeiro (e seus laços com a família Bolsonaro e com o caso Marielle); tivemos também Bolsonaro em Davos; alterações na Lei de Acesso à Informação; Jean Wyllys anunciando que abrirá mão de seu mandato para preservar a sua vida. Para esta edição, escolhemos falar sobre a Venezuela e Brumadinho. Por fim, uma série de links mais leves, para jogar conversa fora com os amigos no boteco.

Vamos nessa?

 

Um dos assuntos da semana foi o agravamento do caos político e social na Venezuela. Protestos violentos tomaram as ruas, estima-se que pelo menos 17 pessoas morreram em meio ao saques e manifestações.

Alguns países, como Alemanha, Espanha e França, só reconhecerão Juan Guaidó, de 35 anos, à frente da presidência venezuelana se não forem convocadas eleições em até oito dias. Brasil e Estados Unidos, por outro lado, já reconheceram Guaidó como presidente interino.

Neste vídeo, o Nexo explica as origens da crise venezuelana. A retrospectiva se inicia em 1989, com o episódio do Caracazo, e segue até 2017. É um bom panorama para se situar diante das idas e vindas e sucessivos golpes. A Foreign Policy também já fez um histórico da auto-destruição da Venezuela.

Para finalizar, indico a coluna de Ernesto Tenembaum, no El País, que fala sobre a dificuldade da esquerda latino-americana em nomear o que acontece na Venezuela. Para ele é uma escolha entre autoritarismo e democracia. Tenembaum escreve: “Na Venezuela, pessoas estão morrendo, mas junto com elas está acontecendo algo a mais: morrem os ideais e as utopias”. Isso, segundo o autor, abre espaço para que a direita reavive ideais antes identificados com a esquerda.

 

Brumadinho já é uma tragédia tão grande — ou maior — do que Mariana. Até o momento, há 34 vítimas fatais confirmadas, um número bem superior aos 19 mortos no desastre do Rio Doce, há três anos, além disso, há cerca de 300 pessoas desaparecidas. Tanto a barragem de Fundão, como a da Mina do Feijão, que se rompeu na última sexta-feira, são de responsabilidade da Vale.

A agência Aos Fatos está compilando informações e checagens sobre o caso. Ainda há uma série de perguntas sem resposta, como por exemplo, até onde a lama de rejeitos de minério chegará e se há outras barragens que podem ser afetadas pelo rompimento.   

Após o desastre, duas decisões judiciais bloquearam R$ 6 bilhões da Vale, que deverão ser destinado para o amparo às vítimas e reparação ambiental. Além disso, o Ibama multou a Vale em R$ 250 milhões por danos ao meio ambiente, e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Minas Gerais também multou a empresa em R$ 99 milhões.

Se você quer ajudar, mas não sabe como, um grupo de organizações da sociedade civil de Brumadinho e região, abriu um financiamento coletivo para arrecadar fundos e fornecer ajuda emergencial às vítimas humanas e animais. A Defesa Civil de Minas Gerais também anunciou que os donativos arrecadados até o momento são suficientes para a ajuda humanitária.

 

>> O pólo magnético, o Norte da bússola, da Terra está mudando e ninguém sabe o porquê. Ele está se movendo do Canadá em direção à Sibéria. Apesar de ser um movimento natural, nos últimos anos, a velocidade dessa transição tem aumentado, forçando os cientistas a revisarem constantemente os modelos magnéticos que servem para guiar as navegações.

>> Se aos finais de semana você aproveita para dormir e acordar um pouco mais tarde e depois sofre para sair da cama na segunda, você provavelmente sofre de “jetlag social”. O termo, cunhado por um pesquisador alemão, indica uma condição que impacta diretamente a qualidade do sono e que pode levar a doenças como diabetes, obesidade e depressão.

>> Na Antártica, há uma série de lagos soterrados por toneladas de gelo. O lago Vostok é o maior deles e está debaixo de uma coluna de 3.400 metros de gelo. O lago Mercer é um pouco menor, mas no início do mês, um grupo de cientistas finalmente conseguiu fazer imagens e coletar amostras depois de perfurar 1.068 metros de gelo. O Mercer tornou-se o lago mais profundo já explorado no continente gelado. E sim, há vida debaixo de tanto gelo.

Deixe uma resposta